terça-feira, 27 de outubro de 2015

TALES DE MILETO

Segundo a tradição clássica da filosofia ocidental, o primeiro teórico a formular um pensamento mais sistemático fundado em bases racionais foi o grego Tales (cerca de 625 A.C. – 558 A.C.). Sendo o fundador dessa nova forma de pensar, ele é considerado o primeiro filósofo de que se tem notícia, inaugurando a linhagem filosófica dos pré-socráticos.
Tales foi matemático, astrônomo, negociante e herdeiro de conhecimentos ainda mais antigos, por exemplo, a matemática egípcia e a astronomia babilônica. As principais referências que temos a seu respeito vêm do filósofo Aristóteles.Tales inaugurou na filosofia a corrente dos pensadores “físicos”: filósofos que buscavam entender e explicar a origem da physis (palavra grega traduzida como natureza, também dá a ideia de origem, movimento e transformação de todas as coisas).
Segundo Tales, a origem de todas as coisas estava na água: quando densa, transformaria-se em terra; quando aquecida, viraria vapor que, ao se resfriar, retornaria ao estado líquido, garantindo assim a continuidade do ciclo. Nesse eterno movimento, aos poucos novas formas de vida e evolução iriam se desenvolvendo.
No momento em que as ideias de Tales foram criadas, os pensamentos racional e filosófico ainda eram bastante povoados por elementos mágicos e mitológicos. Para um grego antigo, a ideia de que uma coisa simples como a água pudesse se transformar em outra coisa não era absurda.
O grande mérito de Tales, na verdade, não foi a sua explicação aquática da realidade: foi o fato de que, pela primeira vez na história, o homem buscava uma explicação totalmente racional para o seu mundo, deixando de lado a interferência dos deuses.

Tales pode ser tido também como o pai da filosofia unitarista e que teria seu maior expoente na figura de Heráclito de Éfeso. Tales, Anaximandro e Anaxímenes formaram o trio da chamada Escola de Mileto e ficaram conhecidos como os physiologoi (estudiosos da physis). Era o início da filosofia e do esforço humano em compreender o espetáculo da existência a partir da racionalidade.

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